por Herika Quinaglia
O Presidente da Câmara de Foz do Iguaçu, João Morales (União Brasil) está cumprindo agenda oficial em Brasília. Nesta terça-feira, 12 de dezembro, ao lado do Deputado Federal Toninho Wandscheer e do vice-presidente da Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas (ABTC), Celso Calegario, ele participou de reunião no Itamaraty com a embaixadora e secretária da América Latina e Caribe, Gisela Padovan. Na pauta, as filas na fronteira Brasil/Argentina e a problemática da retenção no país vizinho do pagamento dos fretes para empresas brasileiras, o que já está em torno de 10 bilhões de dólares.
Na reunião, João Morales solicitou auxílio da embaixadora para otimizar o trâmite imigratório na Ponte Tancredo Neves – fronteira entre Foz do Iguaçu (BR) e Puerto Iguazu (ARG). Relatou que em determinadas situações, o ingresso na Argentina leva em torno de 4 horas, o que tem prejudicado o turismo e o setor logístico. Ressaltou que o setor turístico e a comunidade local têm pleiteado na Câmara de Vereadores o auxílio do Poder Executivo para resolver esta demanda e agora buscou o auxílio do Itamaraty.
Realidade atípica requer medidas bilaterais
O Presidente da Câmara ressaltou a importância de apresentar diretamente ao Itamaraty as demandas vividas pelo setor turístico e comunidade em geral. “Buscamos a solução e melhoria do fluxo no sentido de que medidas sejam adotados pelo Governo Federal, pois nossa realidade é atípica. Além de cidades fronteiriças, temos um grande volume de turistas que são diretamente afetados pelas medidas adotadas pela Argentina”, afirmou João Morales.
Celso Calegario acrescentou que os motoristas aguardam horas na fila para ingresso no país vizinho e muitas vezes se deslocam para fronteira às 4h da manhã, para evitar perder o dia na fila de ingresso. “Agradecemos pela reunião produtiva e boa para o Brasil. Seguimos juntos para resolver os problemas de desenvolvimento turístico e econômico, além de melhorar as relações entre nossos países”, completou.
Mudanças na Argentina afetam serviço de cargas e fretes
Na reunião no Itamaraty, Celso Calegario abordou a problemática que o setor de logística tem sofrido após alterações no Sistema de importações da República Argentina e pagamentos de serviços no exterior (SIRASE) – devido a retenção do pagamento dos fretes para empresas brasileiras. Disse que a discussão se faz necessária posto que o Banco Central da Argentina (BCRA) implementou uma série de medidas para tentar conter a inflação no país, incluindo postergar para até 150 dias os pagamentos de serviços de fretes.
A medida, que inicialmente previa um prazo de 90 dias, impactou diretamente as transportadoras brasileiras, que passaram a ter que aguardar até três vezes mais para receber o valor de suas operações. O dirigente da (ABTC), com apoio do deputado Wandscheer e do Presidente da Câmara de Foz João Morales, solicitou ajuda da embaixadora para encontrar soluções que garantam a continuidade das operações das transportadoras brasileiras.
Celso Calegario, que também é presidente do SindiFoz e diretor do TRIC na Fetranspar destacou que o transporte rodoviário internacional de cargas é um pilar fundamental para o comércio entre Brasil e Argentina. Ambos os países têm economias interligadas e compartilham uma extensa fronteira terrestre. No entanto, nos últimos anos, o setor enfrentou desafios, como burocracias aduaneiras, infraestrutura rodoviária e flutuações nas condições econômicas.
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