A Itaipu Binacional e parceiros celebraram nesta quarta-feira (29), no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), em Foz do Iguaçu (PR), o Dia Internacional da Onça-Pintada e o aniversário de um ano das onças Jataí e Arapuã, nascidas dentro do programa de reprodução em cativeiro da espécie, mantido pela Binacional. O evento também celebrou a assinatura de um termo de acordo de cooperação técnica entre Itaipu e Instituto Chico Mendes (ICMBio).
Prestigiaram a cerimônia autoridades da Itaipu Binacional, do ICMBio, do Parque Nacional do Iguaçu, além de outras entidades ligadas à preservação da onça-pintada. Alunos da Escola Municipal Professora Rosália de Amorim Silva, de Foz do Iguaçu, e do Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo, de São Miguel do Iguaçu, participaram de brincadeiras educativas sobre o animal.
Para marcar a cerimônia, todo o recinto das onças-pintadas foi decorado com caixas de presentes e faixas. Foi feito o enriquecimento ambiental, técnica que traz dificuldades para o animal alcançar o alimento, o estimulando a usar suas habilidades. Também teve a exposição das “Famonças”, com fotos de todas as onças-pintadas da Itaipu. No final do evento, foi cantado os parabéns para as aniversariantes.
“É um dia especial pela importância que as onças têm no meio ambiente. Elas são o topo de cadeia, ou seja, a presença delas é sintoma de que nós temos um ambiente preservado”, afirmou o diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni. “Além disso, a força e a expressão delas trazem o debate da questão ambiental para a sociedade como um todo.”
Segundo Carboni, a onça-pintada simboliza a proteção do meio ambiente em todos seus aspectos, como o cuidado com a água, a recomposição florestal, entre outros temas. São ações promovidas pela Binacional no âmbito do Programa Itaipu Mais que Energia, que têm aspectos sociais e ambientais e atuação em 434 municípios do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
Termo de cooperação
Para o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, Marcelo Marcelino de Oliveira, a parceria com a Itaipu vai possibilitar o desenvolvimento de ações de pesquisa voltadas para conservação da biodiversidade e, principalmente, da restauração ecológica, tema que Itaipu tem grande experiência com o plantio de dezenas de milhões de árvores na mata ciliar do reservatório.
“O governo brasileiro está indo para Dubai para conversar sobre o clima e leva boas notícias sobre a queda do desmatamento. Mas só isso não vai resolver. Temos que partir da restauração ecológica e essas onças nascidas aqui simbolizam todo esse processo, porque não basta restaurar as árvores, é preciso recompor toda a biodiversidade”, afirmou Oliveira.
O acordo prevê pesquisa, monitoramento, conservação e manejo da fauna silvestre na área de influência da Itaipu e do Parque Nacional do Iguaçu. Como parte do acordo, Itaipu vai ceder colares de monitoramento de mamíferos carnívoros. Na cerimônia, o diretor Carlos Carboni entregou, simbolicamente, um desses colares ao chefe do Parque Nacional do Iguaçu, José Ulisses dos Santos.
Jataí e Arapuã
As oncinhas Jataí e Arapuã nasceram na madrugada do dia 29 de novembro de 2022, justamente no Dia Internacional da Onça-Pintada. Filhas de Nena e Valente, elas são melânicas (pretas) e ganharam os nomes em homenagem às abelhas nativas da região, para reforçar a importância desses insetos no contexto das interações ecológicas.
Jataí e Arapuã nasceram com 908g e 980g e, um ano depois, já pesam mais de 50 kg, quase o peso da mãe que está com cerca de 65 kg. “Elas estão muito bem, cresceram dentro do esperado, estão enormes, trocaram os caninos recentemente. Isso mostra que elas estão fortes, saudáveis e preparadas para os novos desafios”, disse o médico-veterinário da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu Pedro Telles
Programa de Reprodução
A primeira onça a nascer no Programa de Reprodução da Itaipu foi a Cacau, em dezembro de 2016, após 14 anos de tentativas. Depois, vieram Poty (fêmea) e Pytu (macho), nascidas em 1º e 2 de junho de 2019. Todas as onças são filhotes de Valente e Nena. O objetivo do Programa é fazer um banco genético vivo da onça-pintada da Mata Atlântica que permita, no futuro e com o apoio de outras instituições, reintroduzir a espécie na natureza.
Valente chegou ao Refúgio Biológico Bela Vista em agosto de 2007. Ele foi encontrado abandonado numa fazenda na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo e encaminhado pela Polícia Ambiental ao centro de recuperação de animais silvestres em Campo Grande. Ele é o último exemplar de onça-pintada de Mata Atlântica em cativeiro.
Já Nena foi resgatada em uma fazenda no Mato Grosso do Sul, na divisa com Goiás, e levada ao RBV em agosto de 2016. Ela tinha em torno de três anos de idade e foi doada pelo Criadouro Científico Instituto Onça-Pintada (GO). Quando ela foi achada, ainda filhote, estava faminta ao lado da carcaça do gado que tinha sido abatido pela mãe, uma semana antes.
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