Após a privatização da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) em 14 de julho, a falta de água nas torneiras dos consumidores paranaenses se tornou uma preocupação crescente e uma realidade objetiva.
No final de agosto, mais de 50 bairros na região metropolitana de Curitiba experimentaram interrupções no abastecimento, conforme documentado pelo Blog do Esmael.
Essa série de desabastecimentos suscitou sérias dúvidas sobre a capacidade da Sanepar privatizada de fornecer um serviço essencial e de qualidade.
A privatização da Sanepar, com uma concessão de 24 anos abrangendo 16 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e o litoral paranaense, gerou uma série de incertezas sobre o futuro da distribuição de água no estado.
Com a atual crise de abastecimento afetando dezenas de bairros, é difícil para os consumidores vislumbrarem um quarto de século sem problemas significativos.
Uma das principais preocupações levantadas por especialistas e críticos da privatização é a possibilidade de tarifas abusivas se tornarem mais comuns.
Embora a privatização teoricamente prometesse melhorias na qualidade dos serviços, a situação atual indica que essa promessa está longe de ser cumprida.
Com o controle da Sanepar agora nas mãos do setor privado, surgem questões sobre os interesses que realmente estão sendo atendidos: os do público ou os dos acionistas.
Nesse contexto, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) está organizando uma “consulta pública” para discutir o reajuste da tarifa de água (sic).
Esta não é uma brincadeira de 1º de abril, mas sim uma realidade lamentável em que o poder público parece advogar em favor dos concessionários que agora controlam esse serviço essencial.
A atual situação suscita questões cruciais sobre a viabilidade e os impactos reais da privatização de serviços essenciais.
Os consumidores, que estão sofrendo com a crise de abastecimento, devem se questionar se a mudança de controle da Sanepar trouxe algum benefício tangível para suas vidas diárias.
Além disso, é necessário avaliar se essa é a forma mais eficaz e justa de administrar um recurso tão vital como a água.
O Blog do Esmael acredita que a Agepar deveria considerar a realização de uma consulta pública para estabelecer um calendário de redução no preço da tarifa de água cobrada pela Sanepar, levando em consideração o tempo que a empresa deixa os consumidores sem acesso a esse recurso essencial.
Além disso, seria prudente que o governador do Paraná e os deputados estaduais considerassem a possibilidade de demissão por justa causa dos membros da Agepar, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná, caso estejam agindo em desfavor dos consumidores paranaenses.
A Agepar, por sua vez, jura que a população terá a oportunidade de participar de um processo de reajuste da tarifa da Sanepar por meio de consulta pública.
A agência reguladora abriu consulta a partir de terça-feira (12/9) para ques os cidadãos enviem sugestões para auxiliar na definição de uma nova metodologia de reajuste tarifário.
[Note, caríssimo leitor, a Agepar não dá a opção para discutir a reduzir a tarifa.]
Essas contribuições poderão ser encaminhadas por meio de um formulário online disponível até 12 de outubro e podem abranger questionamentos e outros comentários, orienta o órgão.
A Agepar adianta que a nova tungada [reajuste] nos consumidores poderá utilizar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Dito isso tudo, quem vai defender as 3,6 milhões de residências consumidoras da ganância da Sanepar privatizada?
Blog do Esmael
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