O Ministério Público do Paraná (MPPR) pede que Edilson Pereira da Silva seja responsabilizado pelo crime de homicídio, duplamente qualificado


A Justiça de Curitiba aceitou, nesta sexta-feira (1), a denúncia contra o guarda municipal acusado de matar o adolescente Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos. O Ministério Público do Paraná (MPPR) pede que Edilson Pereira da Silva seja responsabilizado pelo crime de homicídio, qualificado pelo motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, além da fraude processual.

Caio morreu aos 17 anos

De acordo com o advogado André Romero, que atua na assistência de acusação, a família de Caio recebe com “serenidade” a decisão da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri.

“Esperamos agora que esses guardas sejam citados, respondam a acusação e tenham aquilo que Caio não teve: direito ao contraditório e ampla defesa. Lá no Tribunal do Júri, iremos demonstrar que os guardas agiram com dolo e as qualificadoras imputadas pelo Ministério Público”, disse.

A Justiça também acolheu a denúncia oferecida contra o guarda Edmar Teixeira Júnior, por fraude processual. Segundo o MPPR, os dois agentes colocaram uma lâmina de faca perto do corpo da vítima para forjar uma situação de legítima defesa.

Afastamento

O Ministério Público também pediu o afastamento cautelar e provisório do exercício ostensivo das funções dos dois guardas, mas a Justiça acolheu o pedido somente em relação a Edilson, que foi o agente que realizou o disparo.

De acordo com a determinação da juíza, o acusado deve ser posto em função administrativa, interna. O armamento deverá ficar apreendido pela administração pública, inicialmente pelo prazo de 6 (seis) meses.

A Banda B tentou contato com a defesa dos guardas e aguarda retorno.

Morte de Caio

Caio foi morto no dia 25 de março, na Cidade Industrial de Curitiba. O adolescente foi atingido por disparo de arma de fogo após abordagem feita pelo guarda municipal durante patrulhamento na região.

A Corregedoria da GM também realizou sindicância administrativa, que apontou indícios de irregularidades por parte dos agentes.