Passageiros faziam suas refeições quando agitação da aeronave começou
Durante uma viagem área de Luanda, em Angola, para Lisboa, em Portugal, nesta última quinta-feira, 23, passageiros faziam suas refeições quando uma turbulência severa abalou o avião e arremessou talheres, pratos, comidas e bebidas em todas as direções. A forte turbulência deixou 10 feridos.
A turbulência foi prevista pelo comandante e os passageiros receberam o alerta aproximadamente duas horas depois da decolagem. De Luanda até Portugal, o voo costuma durar um pouco mais de oito horas.
O episódio aconteceu no voo da companhia aérea Hi Fly, a serviço da TAAG Linhas Aéreas de Angola. A agitação não durou muito tempo, mas os segundos de turbulência foram suficientes para causar ferimentos leves em 10 passageiros, que receberam atendimento médico assim que pousaram no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
No Twitter, em um vídeo publicado pelo SIC Notícias, é possível ver as bandejas de refeição no corredor do avião, onde também há macarrão no carpete, lanches no chão e garrafas de vidro espalhadas, que caíram com a agitação da aeronave. O teto do avião também foi atingido na turbulência e uma bandeja ficou presa entre o bagageiro.
No tuíte, dezenas de internautas comentaram a importância de usar cinto de segurança. “Imagina bater a cabeça várias vezes entre o teto e o chão”, escreveu uma das pessoas.
Episódio não é isolado
Outros casos semelhantes, onde há turbulência severa, foram registrados no mês de março e tem motivado discussões sobre a segurança e exposição dos voos.
Segundo o portal de notícias sobre aviação Simple Flying, no início do mês, um Condor Airbus A330-900 voando de Frankfurt, na Alemanha, para as Ilhas Maurício, na África, passou por uma turbulência aproximadamente duas horas antes de pousar em seu destino. A agitação teria causado ferimentos em 20 dos 272 passageiros. Além disso, os danos sofridos durante o incidente deixaram a aeronave no solo nas Ilhas Maurício durante todo o dia seguinte, 2 de março, o que é incomum, pois as aeronaves que operam esse serviço tendem a ficar um pouco menos de duas horas no solo para retorno a Frankfurt.
Enquanto o Condor Airbus A330-900 aguardava no solo nas Ilhas Maurício no dia 2, sete dos 172 passageiros foram hospitalizados depois que um voo com destino à Alemanha foi atingido por forte turbulência. O voo 469 da Lufthansa voava de Austin, no Texas, para Frankfurt, na Alemanha, na quarta-feira, 1, quando passou por uma forte turbulência sobre o Tennessee, de acordo com a emissora de televisão americana NBC News.
Um usuário no Twitter alegou que sua esposa era uma das passageiras do voo da Lufthansa. Em sua postagem, escreveu que a turbulência foi uma surpresa e as pessoas que se feriram não usavam cinto de segurança no avião. Assim como no voo para Lisboa, os passageiros faziam suas refeições no momento da turbulência. “Havia comida em todos os lugares. As pessoas que se machucaram não tinham apertado o cinto de segurança”, disse, contando que a aeronave foi mil pés para baixo e para cima, o equivalente a 304 metros.
Comissários pedem proibição de bebês no colo
Atualmente, a maioria das companhias aéreas permite que crianças menores de dois anos voem no colo dos pais, sem pagar uma taxa extra pela viagem em território nacional e, no caso das viagens internacionais, pagam uma taxa que varia entre 10% e 15% do valor de uma passagem para um adulto.
Considerando episódios recentes de turbulência severa, comissários de voo têm discutido sobre o tema e defendem que as regras de segurança sejam atualizadas, de modo que todos, inclusive bebês de colo, tenham seu próprio assento nos aviões, como medida para evitar o risco de ferimentos graves em caso de turbulência e pousos forçados.
Uma das organizações que apoia o assento e o cinto de segurança individual é a Associação de Comissários de Voo dos AFA-CWA, que representa 50 mil comissários de bordo em 19 companhias aéreas. Segundo o Washington Post, na semana passada a Associação reivindicou a questão na cúpula de segurança da Administração Federal de Aviação, em Virgínia, nos Estados Unidos. O sindicato apresentou a mesma recomendação em 2018. A medida teria apenas uma exceção, no caso dos bebês recém-nascidos, que não ficam em posição reclinada.
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