Debruçado sobre pesquisas de opinião só acessadas por ele e pelo núcleo duro de seu governo, presidente Jair Bolsonaro se viu obrigado a acelerar sua mudança de postura diante da Pandemia após o primeiro pronunciamento público de Lula. Ele despencou nos índices de prestígio e popularidade a níveis nunca vistos. É até ridículo vê-lo em aparições com máscara facial, a divulgação da imagem de um Zé Gotinha com uma injeção em formato de fuzil e um novo lema: “A nossa arma é a vacina”.
A mudança de postura do presidente de viés negacionista, chamou a atenção. Sua preocupação com a desenfreada pandemia de coronavírus, que já matou mais de 275.000 brasileiros, é porque a tragédia passou a interferir diretamente em sua imagem e nas perspectivas da campanha eleitoral. Alertado de que é vital para ele moderar o discurso, Bolsonaro se viu obrigado a acelerar sua mudança de postura.
Com a popularidade em queda e a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário de 2022, Bolsonaro escutou da rede que o cerca que as críticas às vacinas e os embates com os defensores da imunização já tinham chegado ao estágio máximo. Foi alertado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de uma conta óbvia: sem imunização em massa dificilmente a combalida economia brasileira reagirá no próximo ano, justamente quando ocorrerá o pleito. E uma crise financeira junto às centenas de milhares de mortes provocadas pela covid-19 derrubam suas chances de reeleição.
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