Desde a retomado do programa Liceu de Ofícios, em agosto de 2017,
foram criadas 41.235 vagas em cursos e palestras gratuitos voltados à
preparação para o mercado de trabalho. Entre os beneficiados estão as
pessoas em situação de rua, que participam das aulas nos Centros de
Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros
Pop) - unidades da Fundação de Ação Social (FAS) que ofertam serviço de
abordagem social, espaço para higiene pessoal e alimentação, oficinas
socioeducativas e encaminhamento à rede socioassistencial.
Neste ano já são oferecidas para este público 575 vagas em 23 cursos,
ajuda importante na hora de buscar emprego. A informação é do diretor
de Qualificação para o Trabalho da Fundação de Ação Social – FAS
Trabalho, Fabiano Vilaruel.
Ele coordena o programa Liceu de Ofícios, criado na primeira gestão
do prefeito Rafael Greca (1993-1996) para oferecer qualificação
profissional para adolescentes, jovens e adultos. Parcerias sem
transferência de recursos financeiros, com entidades como o Centro de
Integração Empresa-Escola (CIEE) e o Serviço Nacional da Indústria
(Senai), ajudam a viabilizar o programa.
Os cursos acontecem em unidades do Liceus de Ofícios, de Ruas da
Cidadania, Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e, para
quem não tem onde morar, nos Centros Pop. Neste começo de ano, os
endereços das aulas para a população em situação de rua são as unidades
João Dorvalino Borba, Matriz, Rebouças e Plínio Tourinho, todos na
Regional Matriz - a área da cidade que concentra 60% pessoas sem moradia
e que recebem atenção especializada da FAS.
Da rua para a cidadania
“Estou procurando trabalho em qualquer área e acredito que esse curso
vai me ajudar muito”, contou Elidiany Ferreira Lima, uma das inscritas
no curso de Raciocínio Lógico. À noite, ela dorme na Casa de Passagem
para Mulheres e LBT (Lésbicas, Bissexuais e Travestis). O curso
aconteceu nesta semana, no Centro Pop Rebouças, por meio de uma parceria
entre a FAS Trabalho e o CIEE.
Na mesma sala de Elidiany, Cristhien Borges viu no curso mais uma
oportunidade de qualificação. Dias antes, no Centro Pop João Dorvalino
Borba, ele concluiu o curso de 40 horas de Informática Básica. O
certificado comprova sua aptidão para atuar como operador de
computadores. “Quero mudar de vida”, disse.
No mesmo dia, em uma sala do Centro Pop Plínio Tourinho, aconteceu o
curso rápido sobre Jogos, Dinâmicas e Vivências Coletivas. O segurança e
garçom desempregado Paulo Machado, de 52 anos, estava entre os
interessados. “É um incentivo para recomeçar”, definiu ele, que pernoita
no hotel social contratado pela Secretaria Municipal da Defesa Social.
O primeiro grupo de cursos nos Centros Pop termina em 27 de
fevereiro. Dos 23 ofertados desde o começo do ano, ainda há vagas em
três: Trabalho em Equipe (Plínio Tourinho e Rebouças) e Desenvolvimento
de Habilidades de Liderança (Matriz).
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