Evento provocou protestos de ativistas chineses que defendem os animais
Um vendedor exibe a "mercadoria" em festival de culinária no sul da China
(AFP)
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De acordo com o jornal britânico The Guardian, muitos cachorros são abatidos de forma cruel. Ativistas denunciaram que praticamente todos os cachorros consumidos foram roubados em casas de cidades próximas antes de serem vendidos para os açougueiros e cozinheiros do festival. Também existem preocupações sanitárias, já que não há nenhuma inspeção e vários dos animais capturados apresentam doenças, colocando em risco a saúde dos consumidores.
Imagens divulgadas por canais de TV mostraram cachorros empilhados como galinhas em gaiolas. Quase todos mostram olhares de pavor. Em alguns casos, ativistas foram chantageados por vendedores que cobraram centenas de dólares para vender os animais e que ameaçaram torturá-los se o “resgate” não fosse pago. Segundo a rede CNN, um grupo afirmou ter comprado cerca de 400 cachorros para impedir que eles fossem abatidos. Outros ativistas foram xingados e ameaçados por vendedores quando exibiram cartazes e faixas no meio do festival.
A carne de cachorro é considerada uma iguaria em algumas áreas da China, especialmente na região de Yulin, e festivais semelhantes são organizados no país há séculos para marcar o solstício de verão. Mas nos últimos anos o consumo desse tipo de carne tem caído consideravelmente no país. Segundo o The Guardian, o repúdio mostrado por vários chineses em relação a esse tipo de evento ocorre por causa do aumento de uma classe média no país. Com valores mais ocidentalizados, essas pessoas passaram a ver os cachorros não como comida, mas como animais de estimação. O mercado de produtos para pets já fatura mais de 2,6 bilhões de dólares por ano no país. Outras províncias do país já baniram festivais similares após a pressão de ativistas locais e várias prefeituras retiraram seu apoio. Até mesmo as autoridades de Yulin afirmaram que não têm nada a ver com o festival e que ele é uma iniciativa isolada dos comerciantes locais.
Em reportagens, vários açougueiros e cozinheiros do festival mostraram frustração com a grande cobertura jornalística do evento. Outros discutiram agressivamente com ativistas. “Você não come carne de vaca? Se você parar de comer carne de vaca eu paro de comer cachorro”, gritou um vendedor para um ativista.
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